Novela


O cotidiano que faz o Leblon de Manoel Carlos ser quase um vilarejo, na novela "Páginas da Vida", vai dar lugar à babel que é o bairro de Copacabana em "Paraíso Tropical", de Gilberto Braga e Ricardo Linhares.

Cartão postal da cidade, a princesinha do mar vai servir de cenário para a trama central da nova novela das 20h e a história de amor de Paula (Alessandra Negrini) e Daniel (Fábio Assunção), a partir da próxima segunda-feira (5). 


Da correria da Avenida Nossa Senhora de Copacabana à riqueza da paisagem da orla, o bairro, que serve de porta de entrada para boa parte dos turistas, também é reduto dos idosos da cidade, abriga o que restou das tradicionais famílias ícones do glamour dos anos 60 e 70, mas também hospeda famosa zona de prostituição e ainda conta com a maior rede de atividades esportivas da orla carioca. Dá para imaginar tanta gente diferente reunida? Em Copacabana, com seus 147 mil habitantes, dá.

“Gilberto e eu consideramos Copacabana o bairro-símbolo do Rio de Janeiro e, talvez, até do Brasil. Hoje, Copacabana é uma Babel. Há de tudo um pouco: das favelas aos hotéis cinco estrelas da orla, das famílias tradicionais da Avenida Atlântica aos sem-teto. Dos shows de rock na praia aos idosos fazendo a caminhada matinal no calçadão”, enumera Ricardo Linhares que, assim como Gilberto Braga, já morou no bairro, que por pouco, não deu nome ao folhetim.



Apesar do glamour, nem tudo são flores em Copa

Aos 76 anos, o sambista Walter Alfaiate freqüenta a região desde a época em que o bonde ainda passava por lá. “Nasci em Botafogo e atravessei o túnel. Vinha todo domingo para a praia aqui. Ainda não tinha as pistas de ida e volta e o mar batia quase no Copacabana Palace”, lembra o bamba do samba, que há 31 anos montou sua alfaiataria no coração de Copa, na esquina das ruas Figueiredo de Magalhães com Nossa Senhora. 


Bamba que é, ele gosta mesmo é da noite no bairro. “Aqui tem sempre uma badalação e é melhor de noite do que de dia. Durante o dia, não dá para andar, tem camelô, entregador de papel, bicicletas nas calçadas e uns velhinhos, como eu, andando devagar”, brinca ele. 


Mas nem tudo são flores por lá. Quem resume é o autor Ricardo Linhares: “O bairro é fervilhante, com vivacidade e colorido. Ao mesmo tempo, está abandonado pelo poder público, é mal conservado, há menores abandonados e moradores de rua, há assaltantes, calçadas esburacadas, lixo pelas esquinas. Enfim, Copacabana é mais do que um bairro, é quase uma cidade, com suas qualidades e defeitos, seu fascínio e o medo que desperta”. 

Do G1

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